segunda-feira, 15 de junho de 2009

Papel Branco

Seja para olhar ou seja para sonhar,
A vida é delírio, sonho errante e saboroso.
Seja para usar ou apenas degustar,
Com um toque de carinho espinhoso.
Que vem baixinho e gostoso,
E foge dolorido e tempestuoso.
São as rimas que demonstram,
o socorro aflito que delato dentro de mim.

Quero desenhar na vida
Como desenho na folha de papel,
Onde o branco me inspira a criar.
Mas o branco que a vida me dá, assusta,

É contraditório ao desejo amargo,
É o branco que não sei como riscar.
Não sei se devo usar lápis ou tinta,
Mas que isso importa,
pois no papel da vida não se faz apagar
O que passou há de ficar no museu das lembranças.

O desenho do papel me permite qualquer coisa,
Qualquer desejo, de ser ou não ser
No papel da vida, tem rotina, despedida e solidão,
Mas tem também alegria, felicidade e tesão.

Quero desenhar sem medo,
Sem me preocupar em riscar e depois ter que apagar
Pois sou lápis torto e imperfeito,
Diante do papel branco que Deus me deu para pintar.


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sutileza

Fazia um dia diferente dos outros, 
já amanheceu com um sentimento diferente, 
Um aperto enigmático sem saber o quê, 
mas tendo certeza que algo viria a ser.
Os minutos tornaram-se horas, pedaços que não se encaixavam, 
Que deslisavam ate a explosão do porquê surgir.

Aconteceu o indesejável, mas esperado.
O sentimento ecoa de dentro pra fora e de dora pra dentro,
O peito se torna mundo e tudo cabe ali, enlouquecendo, 
Querendo extinguir-se, 
mas vem a loucura, o grito, o choro, amargura
e anestesia a vida, paralisa um instante eterno de dor e reflexão,
De que me vale tanto sofrer, tanta dor que não imaginava suportar.

Depois de delírios e loucura vem a sutileza,
Sutileza dos dedos de Deus, que faz você simplesmente aceitar, 
para depois pensar e refletir.
ainda é inaceitável a perda, pois o que dói levou pedaços,

Mas de onde saiu pedaços existe algo novo, 
uma sutileza  perante a vida
um cansaço, não desistência, mas a entrega dessa luta,
Nadar simplesmente com a correnteza e não contra ela.
E a dor oscila, mutila e renova,
Dói demais renovar-se, reinventar-se,

Os vestigios batem no rosto diariamente
e um fio de dor tende a bater como o mundo dento de você
Mas vem ela novamente, a sutileza de Deus, 
Que deixa o escuro aceitável, a dor compreenssível 
E o melhor, mostra-nos o caminho pelas suas mãos, 
As vezes, muito pesadas, mas suportáveis.